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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

‘Bombardeio’ de carbono em cafezal simula mudanças

Saber os efeitos da mudança do clima em uma das principais culturas agrícolas do Brasil, a do café, é o principal foco de um estudo organizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
No experimento conhecido como Face (sigla para “Free Air Carbon Dioxide Enrichment”), que simula um aumento do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, 135 especialistas vão analisar o efeito desta maior concentração sobre os grãos, se há aumento da densidade de pragas, ou mesmo mutações nas doenças, além de constatar se o excesso do gás de efeito estufa prejudicará o sabor da bebida.
A necessidade de descobrir tais detalhes é importante para os produtores brasileiros, já que o país é o maior produtor e exportador mundial do grão, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).



Em 2010, o Brasil produziu 48,1 milhões de sacas e a previsão para 2011 é de 43,5 milhões de sacas, redução de 9,5% na comparação com o ano anterior, mas que ainda mantém a liderança no cultivo do grão.
Impacto do clima – Os pesquisadores mantêm uma plantação com 35 mil pés de café em Jaguariúna, no interior de São Paulo, onde foram instalados 12 equipamentos, denominados anéis, que vão liberar o gás carbônico nas plantas de acordo com a direção dos ventos. Os grãos testados serão o ubatã e o catuaí-vermelho, este último um dos mais plantados no país.
“Queremos saber o que vai acontecer com a cultura do café em diferentes aspectos. Nós vamos monitorar as alterações dessas plantas que receberam o gás ao longo do tempo. É a primeira vez no mundo que será testada a resistência do café às alterações climáticas”, disse Raquel Ghini, pesquisadora e coordenadora do projeto Climapest, que envolve o Face e outros estudos da Embrapa sobre o efeito das mudanças climáticas na agricultura.
Por um período mínimo de dois anos, será observado se o solo da plantação foi afetado, se pragas como bicho-mineiro do café (uma larva que se alimenta da folha e causa buracos nela) e a ferrugem foram afetadas ou sofreram mutações genéticas que dificultariam seu combate, além de saber se o período de crescimento se alterou.
“Para chegarmos ao resultado, vamos simular ainda a modificação no sistema de chuva devido ao aumento da temperatura nos próximos anos, conforme previsto pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Por isso, a irrigação dos pés de café também passará por alterações”, explica Raquel. O estudo tem investimentos de R$ 2 milhões, parte proveniente do governo federal. (Fonte: Eduardo Carvalho/ Globo Natureza)

Estudo: gelo novo substitui antigo e pode prejudicar ártico

Um estudo divulgado nesta quinta-feira (6) e que envolveu cerca de 130 cientistas de seus países, coordenado pelo Instituto Alfred Wegener, da Alemanha, chegou à conclusão de que o gelo da região central do Ártico, mais antigo, diminuiu significantemente. Hoje a cobertura de gelo da região consiste principalmente de um gelo fino e novo, formado há cerca de um ano, o que pode prejudicar a região.
Os cientistas passaram 16 semanas medindo o gelo de 2,5 mil km da região com o uso de um equipamento chamado de EM Bird. O instrumento, em forma de torpedo, tem cerca de 4 m e usa indução eletromagnética para medir a profundidade e o tipo do gelo.



Uma região canadense e a ilha de Severnaya Zemlya, no norte da Sibéria, foram os únicos locais estudos nas quais o gelo velho tinha um tamanho significativo, com camadas entre 2 m e 5 m. Nas demais regiões estudadas, o gelo novo começou a tomar lugar, tendo uma profundidade média de 90 cm.
Em 2007, quando a extensão do mar de gelo diminuiu a um mínimo recorde de 4,3 milhão de km², o mesmo instituto realizou um estudo similar. Os dados deste ano não mostram mudanças significativas, ou seja, o gelo que havia derretido até 2007 não foi recuperado. “Neste verão, (o gelo) parece ter derretido a exatamente o mesmo grau que em 2007. Sim, está fino como no ano recorde”, diz Stefan Hendricks, um dos cientistas que participou da pesquisa, em comunicado do instituto.
O estudo indicou ainda a capacidade de a luz solar penetrar (e derreter) o gelo do ártico. Segundo os pesquisadores, o gelo novo permite que a luz o atravesse muito mais facilmente, ao contrário do gelo velho, que bloqueia mais o sol. (Fonte: Portal Terra)

Peixes saltadores podem dar pistas sobre processo evolutivo

Um improvável ato de “ginástica aeróbica” feito por um peixe pode dar pistas para pesquisadores de como os animais aquáticos passaram a viver na terra. Cientistas descobriram que há pelo menos seis tipos diferentes de peixe que são capazes de se lançar no ar a partir de uma superfície sólida.
Uma equipe de pesquisadores que publicou detalhes sobre o experimento na revista especializada Journal of Experimental Zoology afirmou que os animais saltadores dão uma amostra do processo evolutivo que marcou a transição da vida na água para a terra. A cientista que comandou a pesquisa, Alice Gibb, da Northern Arizona University, ficou surpresa ao constatar que todas as espécies estudadas são capazes de saltar.
Isso sugere que, em vez de uma rara adaptação que se deu em algumas poucas espécies, a habilidade de saltar em terra é comum entre os peixes ósseos. Por isso, ela acredita que mais parentes aquáticos dos peixes ósseos podem ter migrado para a terra do que o que se pensava anteriormente. “Na minha visão, isso deve induzir a um novo estudo de fósseis”, afirmou Alice Gibb à BBC.
Saltador – A cientista e o grupo de analistas comandados por ela está se concentrando particularmente em peixes, já que eles estão tentando reconstituir como as espécies modernas evoluíram e como elas estão relacionadas.
O peixe anfíbio chamado Mangrove rivulus, que passa a maior parte do tempo na terra, inspirou o estudo. “Quando tentamos mover esses peixes dentro do laboratório, utilizando redes, eles pulavam da rede e saltavam de volta para o tanque”, recorda a pesquisadora.
Isso fez com que a cientista ficasse curiosa em saber se a habilidade de se lançar no ar era algo próprio à espécie que evoluiu a ponto de ela passar parte do tempo na terra. Ela e sua equipe estudaram seis espécies distantes de peixes, colocando-os em uma superfície plana e filmando-os com uma câmera de alta velocidade.
“Todos os animais que estudamos tinha a habilidade de pular”, afirma Alice Gibb. “Uma descoberta particularmente intrigante quando eles examinaram as filmagens foi que o peixe-mosquito (Gambusia affinis) e o peixe-zebra (Danio rerio) utilizam o mesmo tipo de técnica de ‘dobrar a cauda’ para realizar seus saltos impressionantes. O último ancestral em comum das duas espécies viveu há aproximadamente 150 milhões de anos, o que sugere que esse tipo de comportamento já ocorre desde pelo menos essa época.” (Fonte: Portal Terra)